O coração da bananeira

A Banana Verde, loja pioneira na venda de produtos ecológicos não-alimentícios de Porto Alegre, está de volta às origens ao abrir uma nova loja na Avenida José Bonifácio, no Bom Fim.

Explica-se: o sobrado situa-se de frente para a Feira dos Agricultores Ecologistas, a mais antiga feira ecológica do País (fundada em 1989, aberta sempre aos sábados pela manhã). Foi justamente entre os feirantes da José Bonifácio, uma década atrás, que Felipe e Renata montaram uma banquinha que viria a ser a primeira trincheira de vendas presenciais da empresa (antes, as peças eram vendidas só pela internet).

Da banca na feirinha ecológica do Bom Fim para os tempos atuais, o negócio se expandiu, mas preservou a coerência da trajetória.

— Antes de abrirmos a loja, éramos consumidores de produtos ecológicos, além de militantes da causa ambiental. Nada foi por moda ou oportunismo — ressalta Felipe.

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Nega Lu na passarela

Ela já foi muita coisa nessa vida.

Cantora, bailarina, batuqueira, boêmia, garçonete e cozinheira. Mais que isso, foi um símbolo de coragem e liberdade para enfrentar os preconceitos vigentes no tempo em que viveu na Terra, entre 1955 e 2005.

Agora, a Nega Lu vai virar enredo de escola de samba.

Mas, afinal, de quem estamos falando? De Luiz Airton Farias Bastos, nome de batismo do homossexual negro que, entre os anos 1970 e 1990, foi protagonista da cena cultural e boêmia de Porto Alegre.

Uma personagem irreverente e inovadora, capaz de antecipar em algumas décadas boa parte dos avanços e das conquistas que, ainda que de modo incompleto, vivemos hoje.

Com toda a justiça, a Nega Lu será o tema do desfile de estreia da Sociedade Beneficente Cultural Realeza na Série Ouro, grupo de elite do carnaval de Porto Alegre, em 2023.

O samba enredo já está sendo elaborado por Marcelo Adnet – humorista, ator, compositor e apresentador de programas da Globo – e um grupo de compositores, a partir da sinopse de Pedro Linhares Jr. e do carnavalesco Luis Augusto Lacerda, o Gugu.

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Paulo César Teixeira
Todos são bem-vindos

A proposta é simples: reunir uma galera para um café com sucos e comidinhas de lanche, acompanhados de uma conversa inspiradora. No evento, gratuito e mensal, um tema central é escolhido para que seja abordado por uma pessoa da comunidade local, em vários cantos do mundo.

Essa é a receita CreativeMornings, série de palestras mensais que mobiliza a cena criativa em nível mundial e, agora, está sendo retomada, após longos meses de suspensão por conta da pandemia da covid-19. A reestreia em formato online acontece na quinta-feira, dia 30/9, às seis e meia da tarde.

Por enquanto, ainda ficam de fora os quitutes, mas o bate-papo criativo está de volta. Em Porto Alegre, para participar, basta acessar o link do Zoom.

— Não fomos os únicos a pausar as atividades, mas o chamado das pessoas que desejam se conectar com a cidade é sempre maior. Por enquanto, ainda em casa — diz a host Luísa Rosa, que organiza as palestras na capital gaúcha.

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A Nega Lu vai subir pelas paredes

A Nega Lu, figura popular e ícone da diversidade sexual em Porto Alegre, ganhou um posto privilegiado para olhar a cidade.

O homossexual negro, que marcou a cena cultural e boêmia da capital do RS entre os anos 1970 e 1990, está agora exposto em um mural de sete metros de altura instalado na parede externa da Loja Profana (marca de roupas e acessórios femininos), na Rua Lima e Silva, 552, na Cidade Baixa. O grafite foi produzido pelo artista plástico SoulChambi (Alexandre Lopes da Silva).

A homenagem é do Nuances – Grupo pela Livre Expressão Sexual, uma das iniciativas pioneiras na defesa dos direitos de cidadania da população LGBTQIA+ no Brasil, que está completando 30 anos de atividades em 2021.

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A arte negra no centro do palco

Uma mostra produzida por e para artistas negras e negros, com o intuito de celebrar e mapear as produções e os corpos que produzem o antídoto contra a doença colonial através da arte.

É o que propõe a CURA – 1ª Mostra de Artes Cênicas Negras de Porto Alegre, com espetáculos de teatro, dança, música e performances interativas. Aberto nesta quarta-feira, dia 2/12, com a peça-manifesto A Mulher Arrastada, protagonizada por Celina Alcântara, e o show Samba com Pâmela Amaro e Glau Barros (acompanhadas pelos músicos Silfarney, Alexsandra Amaral e Wagner Barcelos), o evento vai se estender até 7/12.

— A proposta é trazer as subjetividades negras para o centro do debate das artes cênicas. A mostra surge como uma ação artística de reparação histórica e de caráter antirracista que pretende contribuir para que possamos avançar como civilização — diz Thiago Pirajira, responsável pela direção-geral e curadoria ao lado de Silvia Duarte.

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Candidatos fora da bolha

Em 2020, uma eleição atípica, praticamente sem campanha presencial por causa da pandemia da covid-19, reserva também surpresas na lista de candidatos. Nomes fora do circuito tradicional da política tentarão se eleger para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, dando ao eleitor um leque maior de opções.

Nani, do Tutti Giorni, a roqueira Polaca e Sônia, dona de bar da Cidade Baixa, desafiam perfil tradicional dos partidos de esquerda nas eleições de 2020.

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Bons negócios solidários

Para além da imposição dos meios digitais ou do home office, os impactos da pandemia da covid-19 estão abrindo espaço para novos modelos de negócios baseados na colaboração entre as marcas.

Em vez de priorizar a concorrência, empresas criam redes para compartilhar consumidores e postos de venda. Para Laura Madalosso, da CORA – Consultoria Estratégica de Negócios de Moda, uma visão de colaboração e até mesmo de interdependência entre projetos, especialmente de pequeno ou médio porte, começa a se transformar em valor de mercado.

— Há necessidade de uma visão mais horizontal não só entre empresas, mas também entre gestores e colaboradores. Não acredito que essa virada de chave tenha volta após a pandemia — diz Laura.

A tendência aparece com nitidez em segmentos como bares noturnos, gastronomia e moda. Não por coincidência, são áreas severamente atingidas pelos efeitos da covid-19 a partir da segunda quinzena de março de 2020, quando as regras de distanciamento social para conter a propagação do novo coronavírus paralisaram os negócios.

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Paulo César Teixeira
O fogo dos tambores

No dialeto quimbundo, falado no noroeste de Angola, candombe significa sala de reuniões.

Faz sentido. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade declarado pela Unesco em 2009, o ritmo que ecoa há 200 anos pelas ruelas de Montevidéu tem o dom de reunir a população afro-uruguaia em momentos de festa e conexão com a religião.

O caldeirão rítmico descende da matriz cultural de povos que se espalharam há centenas de anos por vasta extensão do continente africano, ocupando os atuais territórios de Camarões, Angola e Sudão, unidos pelo tronco linguístico batizado de bantu. Após cruzar o Atlântico a bordo de navios negreiros, os tambores do candombe agregaram elementos de teatro e dança para constituir, em solo uruguaio, as comparsas (agrupamentos equivalentes às escolas de samba no Brasil).

Essa tradição do Cone Sul está sendo agora retomada em Porto Alegre pela Tambor Tambora, uma comparsa em fase de gestação, que está promovendo uma série de lives no Instagram para divulgar o candombe.

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O sagrado do profano

O sagrado e o profano têm encontro marcado na encruzilhada dos festejos do carnaval de 2020, em Porto Alegre.

O bloco Areal do Futuro vai homenagear Ieda Maria Viana da Silva, a Mãe Ieda de Ogum, umas mais respeitadas sacerdotisas da religião afro-brasileira no Sul do Brasil. Com três horas de duração, o desfile está marcado para o dia 29/fevereiro, a partir das 6 da tarde. A concentração será na Praça Garibaldi, na Cidade Baixa. O cortejo vai se deslocar até a esquina da Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto com a Rua Baronesa do Gravataí.  

— Nós somos o verdadeiro berço do samba de Porto Alegre — diz Daniel Rouviel, o Daniel do Areal, vice-presidente originado no Areal da Baronesa.

Encravado na Cidade Baixa, o Areal da Baronesa ocupa a Rua Luiz Guaranha, um beco ou “avenida”, como eram chamadas as ruelas sem saída no passado. Historicamente habitado pela população negra, foi reconhecido como área remanescente de quilombo em julho de 2015. Ali vivem atualmente cerca de 80 famílias.

Fiel às origens, o recanto é marcado pela religião de matriz africana, pelas rodas de samba e, claro, pelo carnaval de rua.

Mãe Ieda de Ogum, a homenageada no carnaval de 2020, dirige o Centro de Umbanda Cacique Supremo da Montanha, na Rua Luiz Afonso, 745, que completará seis décadas de atividades em agosto deste ano.

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Barraco cultural

Não é de hoje que o bairro Santana desata inéditas conexões e desbrava novos territórios.

Bem antes de ser domado para se mover em linha reta ao longo da Avenida Ipiranga, o arroio Dilúvio serpenteava entre ruas de diferentes áreas de Porto Alegre, obrigando a que se construíssem pontes para desobstruir a passagem. Uma delas ficava pouco adiante da esquina da Rua Santana com a Laurindo, nas costas do terreno em que hoje se localiza o Colégio Júlio de Castilhos. Construída na década de 1880, a pontezinha de madeira permitiu a travessia de bonde puxado a burro, propiciando o desenvolvimento do Partenon e de outros bairros da zona leste, antes de sumir do mapa da cidade no século seguinte.

Atualmente, a poucos metros desse reduto histórico está situado o Barraco Cultural, um dos primeiros coworkings de Porto Alegre, criado em abril de 2005 num sobrado da Rua Laurindo, que alojou em tempos remotos a fábrica de doces Piratini. A tendência de ambientes colaborativos só viria se alastrar na década seguinte, mostrando que, no século XXI, o bairro Santana ainda preserva a vocação de impulsionar mudanças na capital gaúcha.

No Barraco Cultural, 12 profissionais de moda, design, fotografia, ilustração e arquitetura, entre outros ofícios, compartilham espaço físico, além de experiências, recursos de trabalho e custos como aluguel e outras taxas. Frequentadores assíduos são também o Louco e a Mosca, cães vira-latas que pertencem ao casal responsável pela gestão da casa, o estilista Régis Duarte e o fotógrafo Tiago Coelho.

— Como residentes, somos diferentes uns dos outros e isso nos fortalece e alimenta. A arte nos integra, afirma Régis, um dos mais conceituados estilistas de Porto Alegre.

Ancorado num dos bairros mais acolhedores de Porto Alegre, com tradição em inovação, o Barraco Cultural é um dos espaços que sintoniza a capital do RS com as mais avançadas tendências contemporâneas de arte, moda e conhecimento.

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Black is beautiful

Cores fortes e vibrantes, que contam histórias de vida.

É como a moda com origem na Mãe África se apresenta, pedindo passagem. Roupas e acessórios de marcas identificadas com símbolos e signos da cultura africana e afro-brasileira ganham cada vez mais visibilidade em vitrines e plataformas digitais. Falta agora abrir espaço para que os empreendedores ocupem o lugar que merecem na cadeia produtiva.

— Tudo que a gente faz é para mostrar que a pessoa negra tem uma beleza única. É para mostrar que a gente pode dar valor à nossa própria beleza, afirma Agossou Kokoye, o Kadi, natural do Benin, país da África Ocidental, dono da marca Consone, que produz camisas, vestidos, moletons e bermudas com estampas e tecidos africanos.

A moda africana e afro-brasileira é o tema da 2ª edição da Conversa de Rua, debate aberto ao público que será realizado no sábado, dia 15/6, às cinco da tarde, na loja da Profana na Cidade Baixa. Além de Kadi, também estará presente Cláudia Campos, da Clau Stampas, marca de roupas e acessórios produzidos com materiais ecológicos e estampas que valorizam a cultura afro-brasileira.

A iniciativa é do Rua da Margem, com apoio da Profana. A mediação será feita pelo jornalista Paulo César Teixeira, editor do portal.

 

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Paulo César Teixeira
Marcas das boas causas

Num mundo polarizado e de discursos exaltados, é de se supor que as empresas tivessem receio de tomar posições e, com isso, desagradar aos consumidores. Mas, como dizia o poeta, a vida é real e de viés – está acontecendo o contrário. Uma parcela cada vez maior de marcas se arrisca a se posicionar frente a temas espinhosos, que estão na ordem do dia.

Um exemplo é a Profana, marca de roupas e acessórios femininos, com produção própria e duas lojas em Porto Alegre – na Cidade Baixa e na Galeria Chaves, no Centro Histórico. De uns tempos para cá, temas como feminismo, diversidade sexual, sustentabilidade ambiental e moda consciente estão cada vez mais presentes não apenas nas mensagens divulgadas em suas plataformas nas redes sociais, mas também nas estampas das peças expostas nas vitrines.

As empresas não adotam esse posicionamento por acaso. Pesquisas recentes mostram que marcas engajadas – aquelas que levantam bandeiras ou apoiam causas sociais – encontram boa acolhida junto aos consumidores.

Conforme levantamento da Edelman Earned Brand, divulgado em novembro de 2018, 69% dos brasileiros estão dispostos a comprar ou boicotar produtos em virtude da posição da marca em relação a temas que consideram relevantes – resultado que soma 13 pontos percentuais acima do registrado em pesquisa do ano anterior. 

“A nova geração de consumidores digitais aprendeu com o mundo online a contestar paradigmas, reforçando a necessidade de responsabilidade social na era das redes sociais”, avaliou estudo do Ipsos Global Reputation Center, segundo o qual 82% dos consumidores do Brasil se mostram favoráveis a marcas que contribuam para causas sociais.

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As boas novas da Travessa

A Travessa dos Venezianos está cheia de novidades. Nos últimos tempos, novos projetos de bar, café e restaurante animam um dos redutos mais encantadores de Porto Alegre, localizado na Cidade Baixa, bairro tradicionalmente marcado pela boemia e a vida cultural. A ruazinha que interliga a Joaquim Nabuco e a Lopo Gonçalves une o presente e o passado como polo cultural e turístico que guarda muita história para ser contada.

O conjunto de 17 casas de pé-direito alto, com janelas e portas que se abrem diretamente para a calçada, foi construído no início do século XX para abrigar a população pobre do bairro, em especial antigos escravos e seus descendentes. Apareceu pela primeira vez no mapa da cidade em 1935 e foi tombado como patrimônio histórico e cultural em 1980.

Numa das casinhas, está o bar Guernica, que em pouco tempo – foi aberto em março deste ano – ganhou lugar cativo na agenda da comunidade alternativa da CB. É um dos pontos de maior prestígio no circuito underground da cidade, em boa parte devido ao ambiente de simplicidade e acolhimento da própria construção, complementado pelo atendimento próximo e despojado. Outros pontos fortes são o cardápio inspirado na gastronomia artesanal e vegana, além da programação musical de qualidade, com ênfase em samba, música latino-americana e ritmos nordestinos.

Especializado em cafés especiais, fica aberto da uma da tarde às nove da noite, de terça a domingo, na casinha do nº 36, na qual Darquilene Magalhães, a Darqui, morou com o companheiro, o geólogo Lucas da Motta, durante quatro anos. Quando nasceu o filho Ravi, o casal decidiu se mudar para local mais espaçoso e confortável. Então, transformou a moradia num espaço comercial, que, além de cafés especiais, também oferece comidinhas artesanais, algumas das quais produzidas pela própria dona, como o cheesecake e a coxinha vegana, além dos bolinhos.

As casas geminadas da Rua Joaquim Nabuco, localizadas próximas à esquina com a travessa, guardam sintonia com o ambiente da Venezianos. É o caso da construção que aloja o restaurante AlimentArte Consciente, no nº 401.

— Aqui vibramos na mesma energia da Travessa, assegura o filósofo Santiago Tesla, argentino da Patagônia. Ele é o chef de cozinha e também sócio do negócio gastronômico, junto com a relações públicas Letícia Lançanova.

O cardápio combina receitas veganas e vegetarianas com sucos naturais e sobremesas em clima casual, de terça a domingo em dois horários – de onze e meia da manhã às duas e meia da tarde para o almoço, reabrindo das seis e meia até onze da noite para o jantar. O nome do restaurante sugere um diálogo entre arte e gastronomia, indicando que tudo ali servido é resultado de muito cuidado e inspiração.

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Moda e feminismo

Leila Diniz grávida de biquíni na praia de Ipanema, em 1971, com a barriga apontando para um Brasil tão ou mais conservador do que este que, atualmente, ostenta a quinta maior taxa de feminicídios do mundo, com uma mulher assassinada a cada duas horas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ou Madonna cantando Express Yourself durante a turnê Blond Ambition, no início dos anos 1990, com músculos à mostra por baixo de um corset com sutiã em forma de cone, dando ares de insubmissão a uma peça que, usada por baixo de anáguas e vestidos, por muito tempo representou um símbolo de feminilidade dócil, além de ferramenta para moldar o corpo feminino mediante aperto e marcação da cintura.

O que moda tem a ver com feminismo? Existe moda feminista? A moda pode ser um instrumento de expressão e luta da mulher? E qual é a contribuição das grifes dirigidas por mulheres nisso tudo?

Esses são alguns dos temas que estarão em debate na Conversa de Rua, evento aberto ao público que será realizado durante a 2ª Festa Jardim Profana, no sábado dia 23/3, a partir das cinco horas da tarde. O encontro acontece no sobrado que abriga a Loja Profana, na Rua Lima e Silva, 552, na Cidade Baixa. A iniciativa é do Rua da Margem, com mediação do jornalista Paulo César Teixeira, editor do portal, e participação de Joanna Burigo, Jajá Menegotto e Lu Trento.

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Apaixonados por café

O visitante está curioso para conhecer o sabor dos tais cafés especiais e, além disso, é quase automático o gesto de emborcar a xícara tão logo é servida. Só que, antes do primeiro gole, ele escuta uma voz pausada:
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– Calma, é melhor deixar o café esfriar um pouco, diz Daiana Dietzmann, responsável pela área de comunicação e marketing da Baden Torrefação de Cafés Especiais. Em seguida, ela complementa: – Espera uns minutinhos e bebe aos poucos. Deixa o café descansando. Enquanto ele descansa, a gente consegue entendê-lo melhor.
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Rua da Margem visitou a torrefação da Baden para conhecer os encantos e decifrar os mistérios dos cafés especiais, um segmento que cresce a cada dia na preferência dos consumidores brasileiros.

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O mapa da cerveja no Centro

É sabido que o principal polo cervejeiro de Porto Alegre – já apontada como capital brasileira das microcervejarias graças aos prêmios conquistados dentro e fora do País – está concentrado numa área de 2 km dos bairros São Geraldo e Anchieta, na região norte da cidade. Neste local, quase 100 mil litros são produzidos a cada mês.

O que pouca gente sabe é que, mesmo em menor escala, o Centro Histórico e a Cidade Baixa também produzem a cerveja que bebem.

Poucas vezes a linha de produção esteve tão perto do consumidor. Num cálculo aproximado, dá para dizer que a distância não ultrapassa quatro ou cinco quarteirões.

É o espaço que separa a sede da Continente, microcervejaria localizada na Rua Olavo Bilac, e o território de bares especializados em cervejas especiais da Cidade Baixa, o bairro mais boêmio de Porto Alegre. Aglutinados num pequeno trecho da Rua Lima e Silva, estão botecos como Infiel, Quentin, Osso Craft Bar e Cervejaria Piratini, entre outros.

Além da Continente, também a Macuco e o Devaneio do Velhaco produzem cervejas na área central da cidade.

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Um exercício de tolerância

Após um incidente no qual um dos frequentadores se sentiu ofendido frente a comentários preconceituosos de colega, academia da Cidade Baixa se posiciona contra a homofobia e o racismo. “Para os que não sabem conviver com pessoas que consideram ‘diferentes’, a porta é a serventia da casa”, afirma o gerente Athos Souza, da RDM Fitness.

– A prioridade da RDM é assegurar um ambiente seguro e saudável para clientes e colaboradores. Não vamos tolerar qualquer tipo de preconceito de raça, gênero, orientação sexual ou religião, afirma Athos ao Rua da Margem. A seguir, reitera: – Quem não souber conviver em paz com pessoas que considera “diferentes” será convidado a se retirar.

A atitude assumida pela RDM não é isolada.

Uma loja de grifes sofisticadas, localizada na Rua da Consolação, no bairro Jardins, em São Paulo, colou um adesivo na porta com a seguinte frase: “Se você é racista, sexista ou homofóbico, por favor não entre!”.

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Delicadas e subversivas

Reconfiguradas, as peças feitas à mão por avós e bisavós ganham espaço no mercado como expressão de arte e engajamento feminista. Confere lá no Rua da Margem!

Os modelos artesanais conferem identidade – ainda que existam peças parecidas, elas nunca serão 100% iguais, ao contrário da produção em série da indústria.

Outro fator que contribui para ampliar o espaço é a acolhida junto ao público do conceito de consumo consciente, principalmente no mundo da moda.

– Hoje em dia, cada vez mais pessoas querem saber a procedência daquilo que estão comprando, diz a publicitária Luísa Padilha, da Alma Velas Naturais, que produz velas feitas de cera de soja, óleo de coco e essências como alecrim e lavanda, que dão aroma ao produto.

– As antigas bordadeiras talvez tenham sido as primeiras feministas, diverte-se Juliana Macedo, da Canoa, empresa que promove oficinas e workshops para transmitir o conhecimento das antigas comadres com um olhar contemporâneo. Em seguida, ela conclui: – Tudo o que queremos é trabalhar a destreza dos dedos, a combinação de texturas e materiais e o senso estético para criar coisas lindas com as próprias mãos e, assim, aprofundar a relação com o nosso ser.

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