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Uma milonga na taberna

Para os desavisados, a profusão de sons, por vezes caótica, que paira à noite sobre as pedras seculares da calçada da Travessa dos Venezianos até pode surpreender. Afinal, até alguns anos atrás, esse reduto histórico da Cidade Baixa era uma ilha de sossego em meio ao multifacetado bairro boêmio de Porto Alegre.

O caldo sonoro, por vezes apimentado, vem da música ao vivo que ecoa desde as casinhas de porta e janela, somada ao burburinho do público que se acomoda do lado de fora, de copo na mão. Agora, surge um novo bar disposto a instaurar – ou, melhor dizendo, reinstalar – um ambiente mais intimista na histórica travessa, construída no início do século passado, ainda que sem atravessar o ritmo. 

É o Milonga, inaugurado no último dia 15 de julho, sob a inspiração das antigas tabernas.

— É muito bom estar aglomerado no espaço aberto da calçada, mas é preciso que também haja lugar para trocas mais pessoais, com uma interação que permita encontros inesperados, o que só um bar com cadeiras próximas umas das outras pode proporcionar – diz Pepe Martini, que abriu o Milonga em sociedade com o pai, Ronivon.

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A noite não é uma ciência exata

Desde que abriu as portas ao público, em 21 de março deste ano, o Guernica reposicionou a Travessa dos Venezianos no mapa da noite de Porto Alegre. Depois disso, essa paisagem histórica da capital gaúcha ganhou vida nova ao ser ocupada – pacificamente, diga-se de passagem – por uma galera afeita à boemia e à vida cultural.

Para quem não sabe, o Guernica está alojado numa das 17 casinhas de porta e janela, com pé-direito alto, construídas no começo do século XX para acolher a população pobre do bairro Cidade Baixa, principalmente ex-escravos e seus descendentes, atraídos pelo aluguel barato. Por absoluto merecimento, em 1980 a Travessa dos Venezianos foi tombada como patrimônio histórico e cultural da capital gaúcha.

Em pouco tempo o Guernica passou a reunir um público animado de jovens (e nem tão jovens) atraídos não só pelo cenário histórico, mas também pelo cardápio de gastronomia artesanal e vegana e a programação musical oferecida pelo boteco, com shows acústicos de samba, música latino-americana e ritmos nordestinos.

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