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O anjo do Bom Fim

Pouca gente sabe que, antes de se transformar num dos restaurantes mais populares de Porto Alegre, a loja do nº 1086 da Osvaldo Aranha abrigava uma agência do Banrisul. Quem descobriu o ponto foi Neuro, sobrinho de seu Ivo, fundador da Lancheria do Parque, que, aliás, acaba de ser reaberta após sete meses de fechamento por causa da epidemia da covid-19.

Assim, no dia 9 de maio de 1982, Ivo abriu a Lancheria do Parque, atualmente um patrimônio afetivo dos porto-alegrenses, que agora está de volta ao dia-a-dia da cidade.

— Quase entrei em pânico nessa quarentena. Estou habituado com o público, não consigo ficar sem trabalhar. Dá uma tristeza. Estava com saudade! — diz Ivo José Salton, o seu Ivo, de 68 anos, criador da Lanchera, apelido carinhoso que identifica o restaurante há quase quatro décadas.

Neste ano conturbado de 2020, Ivo cumpriu a quarentena no apartamento em que vive com Inês, localizado exatamente em cima da Lancheria. De vez em quando, entrava no restaurante para acompanhar a reforma promovida para adaptar o espaço às regras de distanciamento social.

— Não consigo ficar longe, é uma vida aqui dentro — diz ele.

Com o retorno das atividades após a quarentena, a ideia é diminuir o ritmo, já que enfrentou problemas de saúde recentemente e, além do mais, faz parte do grupo de risco da covid-19 por causa da idade. Mas Ivo não planeja se aposentar tão cedo. Nem deve, porque nós sentiríamos demais a sua falta.

— O Ivo é um homem de enorme coração e plena bondade, com um profundo conhecimento da alma humana. Ele é um verdadeiro anjo do Bom Fim — diz Antônio Calheiros, o Toninho do Escaler, o lendário bar que, embaixo de jacarandás, na Redenção, também agitou a cena boêmia de Porto Alegre na reta final do século XX.

Por sinal, o Escaler vai virar livro, mas essa é uma outra história, que vai ser contada muito em breve, logo ali adiante.

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A História e os sonhos sob escombros

A história de uma das mais tradicionais escolas públicas gaúchas vai virar filme em 2020.

Uma equipe de ex-alunos está produzindo documentário que mostra o apogeu e o declínio do Instituto de Educação General Flores da Cunha, a mais antiga instituição de formação de educadores do Rio Grande do Sul, que completou 150 anos em abril de 2019.

Desde 2016, as aulas estão suspensas no edifício-sede situado na Avenida Osvaldo Aranha, junto ao Parque da Redenção, que se encontra bastante deteriorado e passa por conturbado processo de restauração. Atualmente, as obras estão paralisadas devido à falta de recursos, com a promessa do governo do Estado de retomá-las a partir de janeiro de 2020.

— A ideia é resgatar a importância histórica do Instituto, mas também expor o descaso e o abandono, que determinaram o desmanche dos sonhos e da memória afetiva de várias gerações que passaram pela escola, diz o diretor e roteirista do curta-metragem IE: 150 Anos de Educação. Fredericco Restori, que estudou no colégio de 2012 a 2016.

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