Posts tagged Lupicinio Rodrigues
Histórias do samba rock

Delma Gonçalves e Leleco Telles (falecido em 2004) são personagens centrais de uma rica história da cultura popular, que será o tema do Conversa de Rua – Memórias e Releituras do Suingue e Samba Rock do Sul, evento que acontece neste sábado, dia 23/setembro, a partir das 9 da noite, no bar Milonga, na Travessa dos Venezianos, na Cidade Baixa.

As canções e as histórias de vida do suingue – gênero criado por artistas negros gaúchos, na década de 1960 – serão cantadas e contadas por Delma, poetisa e compositora, junto com a cantora Joice Mara e o violonista Pedro Chaves. A condução é do jornalista Paulo César Teixeira, do Rua da MargemDelma e Leleco foram parceiros musicais de Jorge Moacir da Silva, o Bedeu, principal expoente do suingue, que mistura elementos tradicionais do samba com influências da música internacional, como rock, jazz e blues. 

Ele é autor de canções de sucesso nacional na voz de artistas como Bebeto, Wilson Simonal, Originais do Samba, Branca di neve, Jair Rodrigues, Fernanda Abreu. Ultramen e Clube do Balanço, a exemplo de Menina Carolina (com Leleco), Grama Verde e Saudades de Jackson do Pandeiro (essa com Luís Vagner).

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A galera do Garibas está órfã

Por mais de duas décadas, o Bar Garibaldi foi um dos poucos botecos a deixar as portas abertas até quase o raiar do dia na Cidade Baixa, o bairro mais boêmio de Porto Alegre. Como autêntico “pé-sujo”, atraia um público fiel e eclético graças aos preços acessíveis e ao ambiente despojado e acolhedor.

É verdade que o Garibas, apelido que ganhou dos clientes, já tinha encerrado as atividades em maio de 2017, mas na última terça-feira, 25/5, a galera que se habituara a frequentá-lo ficou órfã pela segunda vez com a morte repentina da dona do bar, Neusa Tormes, aos 58 anos.

Neusa não era uma dona de bar qualquer, de jeito nenhum. A princípio, ela cativou boêmios à moda antiga, apreciadores do clássico martelinho a qualquer hora do dia.

Nos últimos tempos, havia conquistado o coração de uma juventude formada por universitários, ativistas da diversidade sexual e adeptos de bikes como modelo de mobilidade urbana, entre outros grupos alternativos.

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O bofe nas vilas de malocas

A homossexualidade masculina foi um dos argumentos usados como justificativa para a transferência da população pobre de Porto Alegre de áreas centrais para a periferia da cidade no século passado.

Essa é a afirmativa do historiador Rodrigo Weimer após estudar dados de um relatório administrativo sobre as “vilas das malocas” (hoje denominadas favelas) apresentado em 1952 pela prefeitura da capital gaúcha na Câmara de Vereadores. A conclusão é exposta por Weimer em artigo publicado há pouco mais de um mês pela revista Aedos, do PPG em História da UFRGS.

O relatório elaborado durante a gestão do prefeito Ildo Meneghetti aponta evidências de alcoolismo, prostituição e comportamento sexual não-normativo como exemplos de “sujeira moral”, “quisto social” e “situação anômala” no cotidiano dos favelados, o que teria servido de argumento e pretexto para a posterior expulsão dos “maloqueiros” para áreas distantes do Centro. Textualmente, o documento histórico afirma que casos “palpáveis surgiram à tona durante a pesquisa, demonstrando que, se bem que em extremos, até que ponto pode chegar a imoralidade nesses grupamentos humanos”.

— Constata-se que, sob um viés moralista e uma visão preconceituosa, a sexualidade desviante foi considerada abjeta e, mais do que isso, aproximada à realidade da “maloca”, ela, também, impregnada de atributos pejorativos, destaca Weimer.

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A saideira do Dinarte

Desde o guri arteiro do Vale do Taquari e o rapazinho assustado recém-chegado em Porto Alegre até o aprendiz das madrugadas. Também não ficam de fora o estudante incansável e o advogado combativo, muito menos o marido apaixonado e o pai amoroso.

Todas as faces de um dos mais populares e queridos garçons de Porto Alegre estão expostas em textos e imagens em De Bandeja – A História de Dinarte Valentini (Editora Arvoredo Books, 123 páginas), livro que traz depoimento prestado ao jornalista e pesquisador Marcello Campos. O lançamento é na terça-feira, 25/6, a partir das seis e meia da tarde, no Bar do Beto.

– Gosto de ler desde criança e esse livro é a realização de um sonho, que venho construindo há duas décadas, desde que retomei os estudos. Espero que também sirva como exemplo de vida. Afinal, boa parte do caminho que percorri até agora não deixa de ser um resumo das alegrias e dificuldades de uma rapaziada que deixa o Interior gaúcho em busca de oportunidades, afirma Dinarte.

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A despedida do Dinarte

O garçom Dinarte Valentini, figura lendária da noite de Porto Alegre, vai aposentar a bandeja e lançar uma biografia. A data da despedida está marcada para 22 de outubro, quando a estreia de Dinarte como garçom do Bar do Beto completará exatos 26 anos. – A ideia é dar um abraço nos amigos que fiz ao longo desses anos, antecipa a figura lendária da noite de Porto Alegre, que passará a se dedicar exclusivamente à advocacia, profissão na qual já vem atuando desde 2011.

Ele promete que vai ser uma noite de adeus “entre aspas”, já que pretende, sempre que puder, dar uma passadinha no Bar do Beto após sair do escritório para “tomar um chope e reencontrar a turma”. Na noite de confraternização, serão feitas as vendas antecipadas da biografia de Dinarte, a ser lançar em dezembro pelo jornalista Marcello Campos, um dos mais atentos e minuciosos pesquisadores da cena urbana de Porto Alegre.

Os clientes sentirão falta deste que foi um dos mais queridos e populares garçons de Porto Alegre. Nem por isso, deixarão de torcer pelo sucesso do amigo. Seja feliz, Dinarte!

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