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Casa viva

No cenário da Cidade Baixa, bairro de Porto Alegre onde sobrevivem resquícios de uma vida simples e despojada, aquele senhor não se constrangia ao sair para a rua com as roupas confortáveis que usava em casa, mesmo que fosse para cumprir compromissos que, teoricamente, exigiam alguma formalidade.

Quando recebeu uma homenagem na Fundação Ecarta, na Avenida João Pessoa, por exemplo, não achou preciso tirar o chambre – apenas envergou por cima um pala para se proteger do frio.

Não é de admirar que adotasse a mesma indumentária em atividades menos solenes, como almoçar no pé-sujo da Rua Lima e Silva, a dois quarteirões de casa. Neste caso, agregava um par de rústicos tamancos, daqueles típicos do homem do campo, que, afinal de contas, ele nunca deixou de ser.

Estamos falando de Diógenes Oliveira, figura de carne e osso que foi protagonista de alguns dos momentos históricos mais ricos e conturbados da história do Brasil.

Diógenes participou da Campanha da Legalidade, pegou em armas para combater o regime militar instaurado em 1964, foi preso e torturado nos porões da ditadura e passou por quase uma dezena de países durante o exílio, que durou 23 anos.

Agora, dá nome ao mais novo Ponto de Cultura aberto na Cidade Baixa, mais precisamente na Rua Lopo Gonçalves, 495, endereço em que morou durante 36 anos.

— Meu pai foi um guerreiro, que enfrentou condições completamente adversas e se manteve íntegro pela vida toda – afirma o jornalista Guilherme Oliveira, de 36 anos, responsável (junto com o irmão, o advogado Rodrigo, dois anos mais velho) pela ideia de transformar o sobrado da Lopo Gonçalves no Ponto de Cultura Diógenes Oliveira.

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Naquele tempo do Julinho

Uma das mais tradicionais instituições de ensino do RS, o Colégio Júlio de Castilhos é o berço de personalidades da política, das artes e das ciências que participaram ativamente da vida brasileira durante mais de um século.

Até a década de 1980, o Júlio de Castilhos foi considerado o “colégio padrão” do RS.

O reconhecimento se devia não só à excelência do ensino, mas também ao ambiente político e cultural que transformou a escola num reduto de resistência frente a ideologias, autoridades e normas que, de algum modo, confrontassem o processo democrático e os direitos sociais e individuais.

– No século passado. o colégio formou as principais lideranças políticas do Estado, observa Ione Antonieta Osório, ex-professora de História, que atualmente ocupa a vice-presidência da Fundação.

O colégio iniciou atividades em 1900 num palácio na Avenida João Pessoa, que foi destruído por um incêndio em 1949.

A sede atual, junto à Praça Piratini, é um dos primeiros edifícios modernistas da cidade, inaugurado em 1958.

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Paulo César TeixeiraJulinho, Colégio Júlio de Castilhos, Fundação de Apoio ao Colégio Júlio de Castilhos, Colégio Padrão, Leonel Brizola, Paulo Brossard de Souza Pin, Ibsen Pinheir, Germano Bonow, Ibsen Pinheiro, Antonio Britto, Luciana Genro, Moacyr Scliar, Paulo Sant’Ana, Ivette Brandalise, Tatata Pimentel, Caco Barcellos, Antonio Hohlfeldt, Sérgio Jockymann, Ruy Carlos Ostermann, Dante de Laytano, Joaquim José Felizardo, Escola de Engenharia, Gymnásio do Rio Grande do Sul, Instituto Gymnasial Júlio de Castilhos, Manoel Barbosa Itaqui, Avenida João Pesso, Porto Alegre, Praça Argentina, ntiga Praça Independência, Faculdade de Economia da UFRGS, Antonio Cesar dos Santos Esperança, Pepita Leão, Arquivo Público do Estado, Rua Riachuelo, Centro Histórico, Ney Moura, Praça Piratini, bairro Santana, Pelé, Garrincha, Copa de 1968, Copa de 1958, Suécia, campeão do mundo, Brasil, Demétrio Ribeiro, Enilda Ribeiro, Léa Teixeira, Walmor Chagas, regime militar, 1964, Cemitério Dom Bosco, Bairro de Perus, São Paulo, Nelson Bueno, Nei Lisboa, Luiz Eurico Lisbôa, desaparecidos políticos, ditadura, ditadura militar, Ico, nome de rua, Caxias do Sul, Criciúma, Paixão Côrtes, nativismo, MTG, Barbosa Lessa, Departamento de Tradições Gaúchas, Semana Farroupilha, Sul21, Kaa-Eté, ecologia, grupo Kaa-Eté, José Lutzenberger, Neiva Schäffer, Banda Marcial do Julinho, Márcia Lopes da Costa, Marciano Lisbôa da Silv, Nelson Coelho de Castro, Aquele tempo do Julinho, Naquele tempo do Julinho
Eis que chega a Roda Viva

Quando Chico Buarque pisou o palco do Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, para iniciar o espetáculo da turnê Caravanas, na sexta-feira, dia 17 de agosto, estava diante de um público que guarda na ponta da língua o repertório de um dos maiores compositores brasileiros.

Não bastasse a popularidade do artista com mais de meio século de carreira – desde a estreia, em Belo Horizonte, em dezembro do ano passado, Caravanas já foi assistido por mais de 130 mil pessoas no Brasil e em duas cidades de Portugal –, as canções de Chico Buarque vêm sendo continuamente revisitadas e reverenciadas no circuito de teatros, bares e cafés da capital gaúcha.

A banda Roda Viva, que desde 2004 produz um trabalho consistente de tributo à obra de Chico, sempre com casa cheia, é em grande parte responsável por isso. Nos espetáculos, os arranjos originais das gravações são preservados até o limite para que o público possa reconhecer de imediato cada uma das canções.

– As pessoas gostam de ouvir o repertório do Chico do jeito como elas o conheceram. Quando conseguimos copiar, ficamos felizes, mas nem sempre isso é possível. É preciso adaptar arranjos produzidos para grandes orquestras para o formato da banda, ressalta Felipe Bohrer, um dos sete integrantes da Roda Viva.

Além de clássicos bastante conhecidos do grande público, como Roda VivaConstrução e Meu Caro Amigo, o grupo não esquece das amostras do “lado B” de Chico, casos das composições assinadas com o pseudônimo de Julinho da Adelaide para fugir do assédio da censura:

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