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A avó dos hippies

Lá pela metade dos anos 1970, um bando de jovens cabeludos bateu à porta de uma casa na Rua Tiradentes, no bairro Floresta, em Porto Alegre. Quase todos vestiam túnicas de algodão e calçavam sandálias de couro, acompanhando a moda hippie da época. Estavam atrás de uma senhora que, naquele endereço, fazia mapa astral e ensinava astrologia – àquela altura, o tema já fazia parte das conversas cotidianas da galera.

Com mais de 10 mil mapas astrológicos produzidos ao longo de 78 anos de existência, Emma de Mascheville, a dona Emy, desenvolveu uma doutrina sobre a relação do cosmos com a vida humana com um olhar pessoal e intransferível, com base não apenas em estudos teóricos, mas, principalmente, a partir da própria vivência, repleta de acontecimentos inesperados e desafiadores.

Parte da vida e do pensamento de Emma de Mascheville está reunida no livro O Que o Céu e os Homens Me Ensinaram – Astrologia Para a Era de Aquário, edição independente organizada por Amanda Costa, com produção editorial de Antonio Carlos Bola Harres (ambos discípulos de dona Emy).

Não bastasse ter formado uma geração de astrólogos – além de Bola e Amanda, dela também fazem parte Graça Medeiros, Lídia Fontoura, Cláudia Lisboa e Fábio Mentz, entre outros –, dona Emy contribuiu para o engrandecimento da vida espiritual e cultural de Porto Alegre, graças à dimensão singular de sua figura humana.

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A praia de Porto Alegre

O Brique da Redenção está completando 41 anos como um espaço de convívio democrático com lugar cativo no coração dos porto-alegrenses.

—  O Brique é a sala de estar de Porto Alegre. A gente chega aqui domingo pela manhã para abrir a sala e receber as pessoas da melhor forma possível, diz João Batista da Rocha, um dos fundadores da feira.

O hábito dominical se enraizou a tal ponto entre os porto-alegrenses que, hoje, é como se o Brique fosse a “praia” da capital gaúcha – além de atração turística (quem nunca levou algum parente ou amigo vindo de fora para conhecer a feira?), é lugar de passeio e ambiente saudável de convivência democrática a céu aberto, acessível a todos sem distinção de classe, etnia e credo religioso ou político.

Além disso, o Brique é palco privilegiado de manifestações culturais e políticas. Músicos de rua, artistas de teatro e dança, malabaristas, mímicos, capoeiristas e estátuas vivas se misturam a ativistas políticos e candidatos em campanha, em épocas de eleição. A via pública se transforma em cenário de festa e cidadania.

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Viagem ao coração da África

Uma história de amor em meio à guerra civil, Comboio de Sal e Açúcar expressa quatro décadas do cineasta Licínio Azevedo em Moçambique. A produção entra em cartaz em 17 cidades brasileiras no dia 7 de junho. No elenco, está o brasileiro Thiago Justino, intérprete do Dr. Jonatas de Orgulho e Paixão, novela da Rede Globo, além de Matamba Joaquim, Melanie de Vales Rafael, António Nipita e Sabina Fonseca. Licínio é atualmente um dos mais premiados cineastas do continente africano. Ele estava com Caco Barcellos no terremoto que matou 26 mil pessoas na Guatemala, na década de 1970 – os jornalistas contaram a história da tragédia nas páginas do Jornal da Tarde. Licínio batizou de Esquina Maldita o gueto boêmio dos jovens politizados de Porto Alegre nos anos 1960 e 1970.

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